
A importância da adequação à LGPD nas organizações
Desde que entrou em vigor em 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) vem promovendo uma mudança profunda na forma como empresas e instituições lidam com informações pessoais no Brasil. Para o setor de Tecnologia da Informação, a conformidade com a lei vai além de uma exigência legal: ela se tornou um diferencial competitivo, ético e estratégico no mercado atual.
O que mudou com a LGPD?
A LGPD estabelece que todas as organizações — públicas ou privadas — devem adotar medidas eficazes para garantir a privacidade e os direitos dos titulares de dados. Isso envolve:
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Políticas claras para coleta, uso, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais;
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Proteção contra vazamentos, acessos indevidos e uso não autorizado das informações;
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Transparência total com os titulares sobre como seus dados são tratados.
A regra agora é simples: só trata dados quem pode e com responsabilidade.
Por que a adequação é tão importante?
Riscos e penalidades
Ignorar a LGPD pode sair caro — e não só financeiramente. A lei prevê multas de até 2% do faturamento, além de sanções administrativas e processos judiciais. Vazamentos de dados podem comprometer a imagem da organização e minar a confiança de clientes, parceiros e investidores.
Credibilidade no mercado
Estar em conformidade com a LGPD é sinal de maturidade digital e compromisso com a ética. Organizações que cuidam bem dos dados que recebem ganham vantagem competitiva e se destacam em processos de contratação, parcerias estratégicas e licitações públicas.
Eficiência operacional
A jornada de adequação exige uma revisão dos fluxos de dados e das práticas internas. Esse processo, embora desafiador, tende a gerar ganhos reais: redução de retrabalho, mais organização, processos mais seguros e facilitação de auditorias e certificações.
O papel estratégico do profissional de TI
O time de TI está no centro da transformação exigida pela LGPD. É dele a responsabilidade de colocar as diretrizes da lei em prática por meio de soluções técnicas e organizacionais.
Entre as principais atribuições estão:
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Mapear os fluxos e bases de dados da organização;
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Implantar controles de segurança, rastreabilidade e gestão de acessos;
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Trabalhar de forma integrada com jurídico, compliance e RH;
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Promover uma cultura interna de proteção de dados e boas práticas digitais.
Não se trata apenas de tecnologia: trata-se de proteger pessoas.
Primeiros passos para iniciar a adequação
1. Mapeamento de dados pessoais
Identifique onde os dados estão, como são utilizados e quem tem acesso a eles.
2. Políticas de acesso
Adote o princípio do menor privilégio e revise periodicamente as permissões concedidas.
3. Medidas técnicas de segurança
Implemente soluções como criptografia, firewalls, backups automáticos e autenticação multifator.
4. Documentação dos processos
Mantenha um inventário atualizado com os fluxos de dados e os tratamentos aplicados.
5. Treinamento e conscientização
Capacite colaboradores sobre os riscos, responsabilidades e boas práticas relacionadas à proteção de dados.
6. Plano de resposta a incidentes
Tenha um protocolo definido para reagir com agilidade em caso de vazamentos ou ataques cibernéticos.
Checklist rápido de conformidade
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Sistemas e bases de dados pessoais mapeados
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Contratos com fornecedores e parceiros revisados
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Políticas de senha e autenticação forte implementadas
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Encarregado de Dados (DPO) nomeado
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Canal de atendimento aos titulares de dados disponível
Adequar-se à LGPD é mais do que seguir uma lei: é demonstrar responsabilidade, respeito ao cidadão e maturidade organizacional. Em um mundo cada vez mais digital e orientado por dados, quem valoriza a privacidade e a transparência ganha destaque.
O profissional de TI, ao assumir esse protagonismo, não apenas fortalece a segurança da informação, mas contribui para a inovação, a sustentabilidade e o crescimento de longo prazo do negócio.
Realmente @leandromoreli é muito importante a adequação, e esse tema ainda está em um de nossos treinamentos no link a seguir: https://app.aneti.org.br/artigos/cursos/a-importancia-da-adequacao-a-lgpd-nas-organizacoes/